O uso da tecnologia na infância nunca foi tão intensivo. A atual geração de crianças nasceu em meio à era digital, tendo acesso a smartphones, computadores e tablets desde cedo e a todo momento.
Os usos que uma criança faz desses dispositivos são vários. Existe uma série de jogos e desenhos animados disponíveis, boa parte com viés educativo e potencial para auxiliar na aprendizagem. Além disso, diariamente surgem novas tendências, aumentando a quantidade de opções que uma criança tem ao utilizar a internet.
Infelizmente, apesar de todos os benefícios, os riscos do uso excessivo da tecnologia também são grandes. Para evitar consequências negativas, é necessário que os responsáveis pelos pequenos se mantenham atentos e tomem medidas preventivas.
Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura deste artigo e conheça os principais aspectos sobre a presença das crianças no mundo digital. Vamos lá?
Benefícios da tecnologia na infância
A relação entre crianças e tecnologia apresenta diversos benefícios. Em primeiro lugar, interagir com dispositivos digitais possibilita que a criança aprenda desde cedo como usá-los, tornando ainda mais fácil a sua futura interação com outras tecnologias.
Além disso, o próprio uso da tecnologia estimula habilidades cognitivas, aumentando a capacidade de percepção, memória, imaginação e raciocínio. No entanto, é importante manter-se atento à quantidade de horas de uso indicada para cada idade.
Um estudo indica que até os 18 meses, o bebê não deve ser exposto a nenhum tipo de tecnologia. Depois desse período, os pais podem, gradualmente, introduzir os pequenos ao mundo virtual, mas sempre com acompanhamento — é recomendável que o uso seja limitado a 1 hora por dia para crianças de 2 a 5 anos e um pouco mais liberado acima dos 6 anos.
Vale ressaltar que a presença dos responsáveis é fundamental nesse processo e as horas de navegação não podem superar o tempo dedicado às atividades físicas e ao sono.
Tendências do uso da tecnologia na infância
Atualmente, uma grande tendência é o YouTube. Segundo dados da ESPM Media Lab sobre o comportamento de crianças nesse canal, os maiores volumes de buscas se referem a gameplays e desenhos infantis, bem como youtubers teens e mirins, totalizando cerca de 20 bilhões de views apenas em 2015. Em 2017, as visualizações dos canais infantis ultrapassaram a casa dos 50 bilhões. Em 2018, 17,5 bilhões de views foram contabilizados apenas em janeiro.
Nesse âmbito, o fenômeno dos youtubers se destaca como uma novidade. Acompanhando a tendência vista em públicos jovens e adultos, nos últimos anos, as crianças também começaram a criar os seus próprios canais para compartilhar conhecimentos e informações. Um exemplo disso é o youtuber Isaac do VINE, que aos 7 anos já conquistava seguidores com o seu senso de humor.
Assim como o uso entre o público adulto, o uso do YouTube por jovens e crianças também apresenta oportunidades para ações de marketing. Muitas vezes, esses youtubers aparecem com brinquedos e outros produtos relacionados com o seu mundo, o que pode ser uma alternativa para a publicidade desse tipo de marca.
Riscos da tecnologia na infância
Por outro lado, o uso intensivo da tecnologia pode trazer alguns riscos. Segundo o artigo publicado pela médica psiquiátrica Evelyn Eisenstein, o seu uso sem limites pode acarretar problemas como fadiga ocular, transtornos do sono e do humor, obesidade, problemas posturais e deficit de atenção. Sobre tais aspectos, os responsáveis não devem se descuidar.
Além dessas consequências, também deve-se prestar atenção à possibilidade de a criança sofrer cyberbullying ou ser excessivamente influenciada pelo que vê e vive na internet. Acerca dessa possibilidade, vale relembrar o ocorrido com a youtuber teen Valentina Schulz — hoje com 15 anos, que foi alvo de assédio sexual e cyberbullying durante a sua participação no MasterChef Júnior, quando tinha apenas 11 anos.
Para compensar o intensivo uso da tecnologia na infância, são necessárias algumas medidas básicas. Além de acompanhar o que a criança faz na internet e controlar o tempo de uso dos dispositivos, os responsáveis devem investir em atividades ao ar livre, sobretudo as que envolvem esportes, família e amigos. Ao perceber qualquer comportamento diferente, é importante conversar com a criança e compreender o motivo.
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