Você já entrou no Koo? Calma, gente! É só uma rede social nova! O Koo, na verdade, é bem parecido com o Twitter e, desde a última semana, está bombando na internet. A partir dos rumores sobre um possível fim da rede do passarinho azul, usuários brasileiros iniciaram um tipo de migração em massa para a plataforma que, até então, está sendo vista como rival do Twitter e funciona de um jeito bastante parecido com a rede criada por Jack Dorsey e comprada por Elon Musk, que também é dono de empresas famosas como PayPal e Tesla.
O Koo foi criado na Índia em 2020, quando houve o início de uma grave crise entre o governo de Narendra Modi e o Twitter. Nesta época, o mandatário indiano acusava a plataforma de omissão de perfis criados para incentivar manifestações contra o governo local. Dessa forma, a plataforma se aproveitou da situação para então receber as pessoas que discordavam da plataforma, fortalecendo, assim, a base dos seus usuários.
O mascote dessa rede social é um passarinho amarelo, bastante simpático e claramente inspirado no rival. A empresa tem se autointitulado como a “segunda maior plataforma de microblog do mundo”. E essa afirmação é devido à quantidade de usuários que baixaram o aplicativo – que já se encontra disponível para download em dispositivos Android e iOS (iPhone) -, porém, o site também pode ser acessado pelo navegador.
Na índia, o Koo é a única plataforma no nicho de “microblogging”, porém, ainda compete diretamente com outros rivais em ascensão, como é o caso da Truth Social (criada pelo ex-presidente Donald Trump), da Parler, da Gettr e da Mastodon.
No início, a estratégia era apenas alcançar os indianos, com foco naqueles que não falam inglês – embora este já seja um idioma disponível no app. Ao configurar sua conta, você poderá escolher entre 11 opções de idiomas, sendo 10 locais da própria Índia, para interface e conteúdos do serviço. Mas, com a entrada de novos públicos, a empresa já projeta adicionar outras línguas, inclusive o português.
Como abrir uma conta no Koo?
Se você também deseja entrar na onda e abrir uma conta no Koo, siga o passo a passo abaixo. Confira o tutorial que preparamos:
- Acesse o site kooapp.com.
- Clique no botão Sign-in.
- Ao abrir a janela, escolha se deseja criar a conta com um número de telefone, um e-mail do Google ou então um e-mail qualquer.
- Após esse passo, selecione uma foto e preencha os dados que são solicitados para a configuração básica do perfil.
- O Koo solicita o nome verdadeiro, o nome de usuário (famoso @seuperfil), profissão, bio, website (seu endereço no app), número do celular, e-mail, data de nascimento, estado civil e gênero.
Se você quiser, também é possível preencher links para outras redes sociais, como o próprio Twitter, YouTube, Facebook e LinkedIn. É possível fazer um detalhamento sobre sua formação acadêmica e também sobre suas experiências de trabalho.
Sucesso do Koo: do dia para a noite
Após o sucesso completamente repentino, o fundador e CEO do Koo, Aprameya Radhakrishna, precisou de um comunicado para tranquilizar os mais recém-chegados à plataforma e, claro, também atrair mais pessoas. Ele disse: “Continuaremos a investir em nossos serviços e produtos com uma mentalidade de usuário sempre em primeiro lugar, e a impulsionar cada vez mais a independência digital para os usuários da Índia, bem como em todo mundo”.
Além da Índia, também existem muitos cadastrados na plataforma diretamente da Nigéria, isso porque a empresa se aproveitou de uma crise local no país africano para fazer a divulgação dos seus serviços por lá, tendo um efeito direto de crescimento naquela região.
Ainda não há dados concretos, mas existem estimativas que apontam cerca de 50 milhões de cadastrados no Koo. A startup que o criou conseguiu levantar US$ 200 milhões de investidores, inclusive de empresas dos Estados Unidos, para conseguir bancar o pagamento dos seus então 200 funcionários e também da infraestrutura.
O Koo também tem suas polêmicas
Atualmente, o maior problema do Koo é sobre a moderação dos conteúdos. Quando em 2020 houve o então rompimento com o Twitter, influenciadores, políticos e celebridades apoiadoras da extrema-direita na Índia passaram a migrar para o app.
Há, inclusive, algumas acusações de que os algoritmos da rede social amplificam os discursos de ódio, principalmente contra os muçulmanos e algumas minorias étnicas, bem como propagandas estatais. Ao jornal Washington Post o cofundador do Koo, Aprameya Radhakrishna, disse não ser acostumado a intervir em questões que envolvam política, mantendo desta maneira a neutralidade da startup.
Apesar disso, a plataforma tem trabalhado para melhorar o processo de moderação automatizado (hoje, a atuação funciona com base em denúncias) e apropriado. Porém, as diretrizes para remoção de conteúdos ainda não estão claras.
A nova investida é o troca-troca de usuários entre Twitter e Koo, principalmente para aqueles que não conseguiram se adaptar ao Mastodon, considerado como o “Linux” das redes sociais. Inclusive, a plataforma do mamute tem um sistema bastante complexo de uso, embora o modo de funcionamento seja parecido.
As demissões são outra semelhança entre o Koo e a rede social do passarinho azul. Em setembro deste ano, a mais nova plataforma bombada do momento precisou limar 5% de toda sua equipe, o que representa 15 funcionários no total. Na época, foi usada como justificativa a medida como forma de punição pelo baixo aproveitamento dos funcionários, associada também a um necessário corte de custos a fim de equilibrar as contas.
Memes com o Koo
É claro que o nome dessa nova rede social (que é prenunciada “cu”) bastou para estourar por aí e render muitas brincadeiras entre os brasileiros, um povo criativo e que nunca deixa a famosa “5ª série” de lado. Obviamente que a grande maioria das piadas possuem cunho sexual ou estão diretamente ligadas a uma famosa parte do corpo humano.
Veja abaixo algumas publicações de perfis brasileiros fazendo piada com a rede social:
As brincadeiras são muitas, porém, apesar disso e da alta procura pela nova plataforma, a maior parte dos usuários continuam esperando que Musk anuncie o fim do Twitter para, só assim, trocarem realmente de rede social. Mas, se tem uma coisa que todo esse bafafá criado na última semana nos mostrou, é que ainda existe espaço para que novas redes surjam e conquistem mais e mais pessoas, apesar de ser claro que grande parte do engajamento se deu pelo duplo sentido do nome – que na verdade faz alusão ao som de um pássaro.
Se o Koo for realmente para frente e ganhar força, as marcas terão um caminho longo e árduo para cativar a audiência e manter uma postura um tanto quanto formal dentro da eterna piada de duplo sentido. Neste caso, fica a pergunta: você toparia entrar na rede com o nome da sua empresa?