Aqui em casa eu tenho uma lousinha daquelas brancas que fica na cozinha. Normalmente, minha esposa e eu usamos para mandar recadinhos fofos um para o outro ou marcar coisas que estão faltando na geladeira. Com essa situação atípica (para não dizer mais) em que estamos vivendo, resolvi usar a lousa para marcar a passagem dos dias com palitinhos, como nos filmes, sabe? Até o momento em que vos escrevo aqui, se passaram 28 dias.
Nesses 28 dias, meus hábitos de compra mudaram, meu trabalho mudou, minhas relações com amigos, o que eu faço para me divertir, para passar o tempo… tudo se transformou, mas você já sabe disso porque também aconteceu com você.
E com toda essa bagunça que virou o nosso dia a dia — eu não sei vocês, mas eu estou almoçando às 16h, jantando às vezes e roubando um punhado batata-palha do pacote durante a madrugada — fica muito difícil pensar no futuro ou fazer qualquer projeção, né?
Tem muita gente falando sobre como serão nossas vidas quando tudo voltar ao normal. Será que vai voltar ao normal? O que vai ser o novo normal? Eu sinceramente gostaria de estar no time que diz que as pessoas (a humanidade) vão sair mais benevolentes dessa crise, pensando no próximo e se preocupando mais com o meio ambiente. Mas acontece que eu sou um cara que gosta de dados e compaixão ainda não pode ser quantificada. Para este tema então, fica apenas a nossa esperança.
Mas há quem esteja estudando e pesquisando todos esses novos hábitos para dizer como será o amanhã. No que diz respeito ao trabalho, por exemplo, um estudo da FGV mostra que deverá haver um aumento de pelo menos 30% no trabalho remoto pós-pandemia. Regime de trabalho que, pasme, aumenta em até 15% a produtividade dos trabalhadores.
Ainda no mesmo estudo, existe uma projeção de aumento de 30% a 100% para o ensino à distância (EAD), que foi adotado pela maioria das instituições de ensino durante a quarentena, e também para as compras online, que estão fidelizando novos clientes diante da necessidade do uso do serviço.
Com o mundo online ganhando mais força, a privacidade de dados se torna ainda mais relevante. Segundo pesquisa da Cyber Security Insights, cerca de US$ 6 trilhões serão investidos até 2021 na área de segurança de dados.
Mas por que isso é tão relevante? Como diz a jornalista Giovanna Nader, no seu Podcast “O Tempo Virou”, estar informado sobre a realidade é importante, mas mais importante ainda é saber o que fazer com essa informação (aliás, recomendo fortemente o episódio 2 – que desenvolve ainda mais justamente o tema que escrevo aqui). Isso quer dizer: captar uma informação, entendê-la e utilizá-la.
Agora falando como marca rapidamente, conhecer as tendências permite, por exemplo, saber que irá se comunicar com um público que sairá menos de casa para trabalhar ou que estará mais à vontade em estudar com o EAD e seus planos de comunicação devem levar tudo isso em conta a partir de hoje.
Ainda sabemos muito pouco ou quase nada sobre como e quando será o fim da pandemia do Covid-19. Mas é importante — como indivíduos e profissionais — nos mantermos informados sobre o que especialistas de todas as áreas estão pesquisando e projetando para que quando chegarmos nesse “lugar diferente lá depois da quarentena” (desculpa, Skank), estejamos o mais bem preparados possível.
por Pedro Moioli